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terça-feira, 20 de setembro de 2016

Francisce, quo vadis?

Por Padre Romano | FratresInUnum.com: Há em Roma, no início da Via Ápia, bem próxima às Catacumbas de São Calixto, uma pequena igreja intitulada “Domine, quo vadis?”, ou seja, “Senhor, para onde vais?”. Segundo uma antiqüíssima tradição, neste local, o Apóstolo Pedro, bispo de Roma, Papa e Pastor de toda a Igreja, teve uma visão de Nosso Senhor.


Diz-se que o Príncipe dos Apóstolos, num momento de cruel perseguição aos cristãos por parte do Imperador Nero, foi convencido por seus fiéis a deixar a Cidade Eterna e a procurar refúgio noutro lugar. Porém, ao sair da cidade, depara-se com Cristo que, carregando a Cruz, dirige-se a Roma, fazendo o caminho contrário ao de Pedro. Este, então, interroga o Mestre: – Senhor, para onde vais?, e lhe responde o Salvador: – Vou a Roma, para ser novamente crucificado.

Aquelas palavras fizeram entender a Pedro que ele deveria estar com os seus fiéis, sendo o primeiro a dar testemunho da fé em Cristo, Deus e Homem verdadeiro, Salvador da Humanidade. De fato, pouco tempo depois, Pedro é condenado à morte e crucificado no Teatro de Nero, na Colina do Vaticano, onde se erguia o obelisco egípcio que hoje se acha ao centro da Praça de São Pedro, como testemunha do martírio do primeiro Papa que, por humildade, quis ser crucificado de cabeça para baixo, por não se achar digno de morrer como o seu Senhor.

Vivemos momentos de grande confusão na Igreja: temos a nítida sensação que a barca de Pedro está desgovernada, sem timoneiro. Perguntamo-nos para onde estamos indo e, sobretudo, para onde o Romano Pontífice, fundamento visível da unidade e da verdade da fé, está levando a Igreja. Sentimos, como nunca, a falta de um guia que nos conduza, como novo Moisés, rumo à Terra Prometida, atravessando o deserto deste mundo que jaz sem Deus, na sombra do pecado e da morte, advertindo-nos dos perigos que teremos que enfrentar, e preparando-nos para a provação e a luta.

Francisce, quo vadis?

Será que não percebes que nem sempre a voz dos fiéis, mesmo daqueles que, como os cristãos de Roma, pensavam estar acertando em suas propostas, vem de Deus? Será que não te dás conta que estás caminhando sobre areia movediça, e que o rebanho corre o risco de perecer no caminho? Será que não vês que a indiferença aumenta assustadoramente entre os católicos que, não mais seguros de sua fé, começam a aceitar mentiras, em relação à família, à administração dos sacramentos a pessoas impedidas, por direito divino, de recebê-los? Não enxergas que estás favorecendo o adultério e inúmeros sacrilégios que são a porta larga que conduz ao inferno? Não percebes que a tua misericórdia é incompatível com a misericórdia de Deus, que é infinita, mas anda de mãos dadas com a justiça, e exige a mudança de vida do pecador? Não te dás conta que as obras de misericórdia que tanto apregoas, se dissociadas da graça, não tem valor, como ensinou o Apóstolo Paulo, e que muitos acham que só o que salva é a caridade, que pode ser praticada por qualquer pessoa, inclusive um ateu, sem que lucre nada para a salvação?



Francisce, quo vadis?

Com teus encontros ecumênicos, com comemoração de aniversários de cismas e heresias, causadas por inimigos da fé católica e do papado, com encontros inter-religiosos, que humilham a Santa Igreja e a fazem dividir o altar de Cristo com os altares dos demônios, “Quoniam omnes dii gentium daemonia” (Ps 95, 5 Vulgatae) – porque todos os deuses dos pagãos são demônios, como diz o real profeta -, permites que muitos creiam que todas as religiões são boas, e o importante é vivermos em paz, respeitando as diferenças, quando o mandado do Senhor é de anunciar o Evangelho, para que os homens se salvem? Não estás vendo que muito do que ensinas, do ponto de vista da política, da economia e da ecologia, corresponde aos projetos da nova ordem mundial, que quer destruir a religião cristã, e introduzir um paganismo sincretista e satânico?

Francisce, quo vadis?

Não sou nada e nem ninguém, mas como sacerdote católico, te peço, te imploro! Retorna a Roma! Retorna a sua Tradição! Sê Pastor, Pai e Doutor desta Igreja Santa, que é coluna e fundamento da verdade. Não sigas o canto das múltiplas sereias que, dentro e fora da Igreja, querem te arrastar, e contigo, a muitos, para a ruína.

Retorna a Roma! Não deixes só o rebanho que Cristo te confiou!

Lembra-te do que disseste: o Pastor, às vezes, tem que sentir para onde as ovelhas estão andando. Não aconteça – que Deus nos preserve! – que para seguir a Cristo que retorna a Roma para ser crucificado, tenhamos que ir pelo caminho oposto ao do doce Cristo na Terra.

Fonte: https://fratresinunum.com/

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